sábado, 16 de abril de 2011

16 semanas

O tema desta semana lá em casa foi a Crio-preservação.
Quando recebi o e-mail da F. com um link para o site da Lusocord e o abri, gelei por completo, o que até é coerente dado que estamos a preservação de células a uma temperatura de 196º negativos.
E gelei porquê? porque me vieram de imediato à ideia as agulhas, as malditas das agulhas. Reluzentes e afiadas, lá estão elas sempre presentes no mais profundo do meu sub-consciente aguardando o momento certo para saltar da caixa. Mas depois a F. lá me disse que quem tem que tirar sangue para a doação é ela e aí sosseguei.
Então o que é a Crio-preservação de células estaminais do cordão umbilical?
De forma básica e resumida, consiste na conservação de células estaminais do cordão umbilical a temperaturas negativas durante tempo indeterminado e que poderá em caso de necessidade salvar vidas ameaçadas por doenças como por exemplo a leucemia. Pode vir a salvar a vossa, a do vosso filho ou mesmo de outra criança.
Mas isso é caro?
A resposta é não. Até 2009, a única opção era o sector privado. Custava cerca de mil e trezentos euros e não havia garantia de que as células que foram guardadas seriam compatíveis.
Em 2009 foi criado o primeiro centro público, a Lusocord - Centro de Histocompatibilidade ( há delegações no Norte, Centro e Sul), tornando o serviço completamente grátis.
Há vantagens do público face ao privado?
Há. Em primeiro lugar, para além do custo, contamos com uma base de dados de células que cresce diáriamente, aumentando exponencialmente as possibilidades de futuramente em caso de necessidade, haver compatibilidade. Outra vantagem é que a mãe e a criança, na qualidade de dadores, tem prioridade sobre qualquer outra pessoa em caso de necessidade de transplante.
O que me faz espécie nesta história é a falta de divulgação do processo e de ter que ser a grávida a procurar a informação. O sangue é retirado durante o parto, o cordão umbilical que habitualmente vai para o lixo, também.
O processo é tão transparente que se não fosse anti-ético podia ser feito sem ninguém dar por ela. Não se entende porque não há uma divulgação e sugestão durante o acompanhamento à parturiente. A ver vamos, pode ser que estejam a aguardar para a última da hora...

Aqui podem encontrar uma explicação resumida acerca da crio-preservação.

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