sexta-feira, 22 de abril de 2011

17 semanas

Bom... Enquanto tento escrever este post tenho o Joka a arranhar-me o braço como quem me diz "Faz-me uma festa, esse pirralho ainda nem nasceu e já me anda a roubar o tempo". Assim, vou escrevendo com uma mão e fazendo festas com a outra.
Cá estamos na décima sétima semana de gestação. Estamos quase a meio da temporada e começam a haver alterações realmente significativas. Umas para melhor, outras para pior.
Falar de comida é algo com que tenho que ter um certo cuidado. Todo o alimento, por mais ordinário ou intragável que é mencionado em conversa, vira de imediato objecto de desejo. Assim, as conversas alimentares devem ser mantidas num raio máximo de existência de vinte quilómetros. Falar do Bolo de Mel da Madeira ou dos Papos de anjo de Amarante ás duas da manhã é coisa parva e pode ter consequência pouco desejáveis.
Há no entanto mudanças positivas a destacar. Por volta da oitava semana, fase negra da fome para a F., estava na cama a ver a Degeneres pouco depois de acordar, quando a F. aparece com um tabuleiro de croissants, café e fruta. Pensei: "Eh lá... Já lá vão uns anos desde o último pequeno almoço na cama.". Aparentemente a contagem ia continuar porque afinal de contas era uma dose individual e eu não era o feliz contemplado. Ontem, apareceu de novo com um tabuleiro no quarto. Hesitei. As únicas palavras que me ocorreram foram: "Queres que me arrume para caber o tabuleiro?". Ela fez aquele sorriso maroto e baixou o tabuleiro mostrando dose dupla de tudo. Dois croissants, duas saladas de fruta, duas canecas de café. Fiquei comovido, admito.
As roupinhas e coisinhas e outras utilidades acabadas em "inhas" começam a inundar o meu espaço. O que era o meu escritório, o meu templo, o meu abrigo, cedo deixará de o ser. Começa a ser invadido por prendas para a criança e a espremer cada vez mais a minha zona de conforto. Esta semana chegaram de Sintra duas babetes. Uma azul e outra cor-de-rosa e com um grande símbolo do FCP. Foi um presente muito bonito, embora deva dizer, sem grande sentido pois esta criança será adepta fervorosa do Leixões.
Quem tem achado uma piadola aos tarecos da criança é o Joka que sempre que apanha uma camisola ou um brinquedo leva-o lá para fora para o pôr a arejar. À conta disto desenvolvi capacidades psíquicas. Comecei a ter visões. Vejo por exemplo que no futuro, o Joka vai apanhar muitas à conta da roupa e dos brinquedos da criancinha...
Susto aqui susto ali, cá vamos andando. Esta semana a F. teve dores de barriga. O que até aqui era "qualquer coisa que ela comeu", agora é um "Mas será que está tudo bem?". Está tudo em ordem, acho que será a falta de experiência a ditar esta minha reacção.
Conforme prometido, vou deixar aqui a receita da sangria fatal, ou fetal, neste caso. Foi-nos dada por uma amiga, e agora passo-a a vós mas com um aviso. Cuidado! Pelo sim pelo não, aconselha-se moderação. Preferencialmente, aconselha-se a sua degustação em local público e com muita gente, de modo a demover pensamentos e vontades de fazer coisas malucas. Se optarem por ignorar este aviso, então meus amigos, estão por conta própria!

Sangria de Champanhe com Frutos Vermelhos

- 1 garrafa de champanhe ou de espumante
- 150g de frutos silvestres
- Morangos q.b.
- 2 paus de canela
- 4 colheres de sopa de açúcar mascavado
- 50 ml de vodka
- 7up
- Gelo q.b.

Preparação: Num jarro coloque os frutos silvestres, o açúcar e a vodka.
Mexa.
Junte a canela e a garrafa de champanhe ou espumante.
Acabe de encher o jarro com a bebida gaseificada e o gelo.
Decore com os morangos e está pronta a servir.

P.S. Não se aceitam reclamações!

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